Quando penso em Londres penso, de imediato, numa visão mais ou menos como esta. A Londres de... Peter Pan. Aliás, achei excelente a idéia de representar a cidade, na abertura dos Jogos Olímpicos, por meio da literatura infantil e infanto-juvenil que, de alguma forma, foi produzida na cidade ou tendo-a como pano de fundo. Ou mesmo aquela que, apenas num relance, vislumbre Londres. E são tantos os exemplo. Para além de Peter Pan me ocorre Mary Poppins, Alice, Johnny (para alguns Jennigs), Peter Rabbit, Harry Potter, Narnia, etc. Mesmo que alguns desses não se passem, centralmente, em Londres, têm a cidade como uma referência. Ou seja, há um imaginário, partilhado não só na Grã-Bretanha, mas disseminado no mundo globalizado, que projeta a cidade de Londres, produzindo sobre ela uma espécie de mitologia do presente. Londres é contemporânea de si mesma. Cotidiana de si mesma.
Gosto muito de Londres. Quando fui lá pela primeira vez fiquei impressionado com a simplicidade da cidades e com a gentileza dos seus habitantes. Londres não tem a monumentalidade de Paris e nem o nervosismo da vida parisiense. Parece haver tempo para gastar. Além disso, é evidente o inconformismo dessa cidade - uma criatividade sempre tangente, no jeito de vestir, no gosto musical, na simbiose multicultural... Um inconformismo que parece paradoxal, ao menos para mim, um estrangeiro, quando pensamos que se trata da sede de uma monarquia e a pátria do liberalismo.
A propósito, a falar sobre simbiose multicultural, é impressionante como Londres se tornou um país estrangeiro. Um lugar multicultural, transcultural e... pós-cultural. Acho que é o melhor lugar do mundo para ser estrangeiro. Se eu fosse londrino ia querer ser estrangeiro de mim mesmo.
Uma vez me deram um conselho: You should not be inhospitable with strangers. They could be angels in disguise. Não que eu estivesse o sendo. Foi só um conselho preventivo.
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